Formação do Protocolo Violeta no CFL reafirma compromisso do Sindsprev com o enfrentamento à violência contra as mulheres
Na última segunda-feira, 7 de abril, o auditório do Centro de Formação e Lazer (CFL) foi palco de uma vivência forte e necessária. Teve início a formação do Protocolo Violeta, promovida pela Secretaria da Mulher da Prefeitura do Recife. Mais do que uma capacitação técnica, essa iniciativa integra um posicionamento político da diretoria do Sindsprev-PE: transformar o CFL em um espaço livre de qualquer forma de violência contra as mulheres.
A formação tem como objetivo preparar os trabalhadores e as trabalhadoras do CFL para identificar, acolher e encaminhar, com base na lei e na ética profissional, casos de violência. A medida é parte de uma política institucional do sindicato, que reconhece a existência de episódios graves já vivenciados em seu próprio espaço e atua para que eles não se repitam.
Desde a recepção do público até os bastidores, o CFL passa a ser um ambiente com funcionários(as) capacitados(as), orientados(as) e conscientes de suas responsabilidades diante da violência de gênero. O espaço também será sinalizado para que todas as pessoas saibam: ali, qualquer conduta violenta contra mulheres será repudiada, combatida e tratada com a seriedade que exige.
A abertura da formação foi marcada por uma apresentação teatral impactante, que escancarou a realidade da violência doméstica. A encenação trouxe à tona histórias que, infelizmente, fazem parte da rotina de milhares de brasileiras. Uma frase ecoou entre os presentes: “A cada 24 horas, ao menos oito mulheres são vítimas de violência no Brasil.”
O dado, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revela uma tragédia cotidiana (e silenciosa) que precisa ser enfrentada com coragem e políticas públicas. Por isso, o Sindsprev-PE considera fundamental investir em formação continuada e sensibilização de seus quadros para esse enfrentamento.
O curso faz parte do módulo 1 do programa Prevenção e Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, abordando temas como papeis de gênero, divisão sexual do trabalho e interseccionalidades. Temas que não apenas educam, mas convidam à transformação.
No segundo momento da formação, os participantes foram divididos em grupos menores, em um exercício de escuta ativa, empatia e construção coletiva do saber. O resultado foi um ambiente de troca e aprendizado, onde cada voz foi valorizada e onde se plantou uma semente de mudança.
De acordo com o Atlas da Violência, mais de 1.300 mulheres foram assassinadas no Brasil em 2023, a maioria delas, mulheres negras e periféricas. Números que reforçam a urgência de medidas concretas, como a implementação do Protocolo Violeta.
O segundo e último dia da formação acontece na próxima segunda-feira, 14 de abril. Mais um passo na construção de um sindicato que não apenas luta por direitos trabalhistas, mas também por dignidade, justiça e equidade para todas as mulheres.
No Sindsprev-PE, o compromisso é claro: onde houver violência, haverá resistência.
E no CFL, mulheres estarão protegidas, respeitadas e acolhidas.