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O Sindsprev-PE vem a público manifestar seu repúdio à reportagem veiculada pela TV Bandeirantes no dia 17 de abril de 2025, que, de forma irresponsável e tendenciosa, tentou atribuir aos servidores e servidoras do INSS a culpa pelas filas no atendimento previdenciário.

A matéria, que ignorou completamente o direito ao contraditório ao não ouvir os trabalhadores ou suas entidades representativas, distorceu fatos e desrespeitou uma mobilização legítima da categoria. A greve dos servidores do INSS em alguns estados durou 114 dias (e em alguns estados, como aqui em Pernambuco, durou até menos) – e não "oito meses", como afirmou erroneamente a reportagem – e teve como principal objetivo a valorização da carreira, a melhoria das condições de trabalho e a qualificação do atendimento à população. Ou seja, foi uma luta em defesa da Previdência Social pública, gratuita e de qualidade.

Lamentamos que a matéria tenha tratado com superficialidade e preconceito o direito constitucional de greve dos servidores públicos federais, o qual, assim como no setor privado, prevê o desconto dos dias não trabalhados, com possibilidade de reposição mediante negociação. A compensação é feita por meio de jornada extra ou cumprimento de metas, de acordo com o modelo de gestão por resultados adotado pelo próprio INSS.

Outro ponto distorcido foi a abordagem sobre o bônus por produtividade, apresentado na matéria como se fosse uma "premiação". É preciso esclarecer: o bônus é, na verdade, um programa de hora extra, onde o servidor é convidado a ultrapassar sua carga horária regular para dar conta da enorme demanda acumulada. Assim como no setor privado, esse esforço adicional é remunerado. Tratar esse mecanismo como privilégio é desonesto e desrespeitoso.

A verdade é que a reportagem omite que o INSS enfrenta hoje um grave déficit de pessoal. Em Pernambuco, por exemplo, cerca de 50% da força de trabalho foi perdida nos últimos cinco anos por aposentadorias. O último concurso realizado não foi suficiente para suprir essa lacuna. Os servidores que permanecem em atividade têm sido obrigados a recorrer às horas extras para dar conta da demanda e minimizar os efeitos do desmonte institucional promovido por sucessivos governos.

Repudiamos com veemência essa tentativa de criminalizar os trabalhadores e trabalhadoras do INSS, que, mesmo diante da precarização e da sobrecarga, continuam exercendo seu trabalho com dedicação e responsabilidade. O Sindsprev-PE, através da sua assessoria jurídica, solicita ao grupo bandeirantes de comunicação uma retratação e direito de resposta com relação ao conteúdo da matéria veiculada. 

Exigimos respeito aos servidores públicos e à verdade dos fatos. A fila do INSS é fruto do desmonte da máquina pública – e não da luta legítima dos seus trabalhadores.

Diretoria do Sindsprev-PE
Recife, 22 de abril de 2025

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